O paredão desta terça-feira, 23, vai ser de duelo entre dois pólos do BBB10. O lutador Marcelo Dourado disputa a preferência do público com os coloridos Ana Angélica e Dicésar, dois de seus declarados desafetos dentro da casa.
Em sua segunda participação em um Big Brother, Dourado logo fez os participantes homossexuais torcerem a boca por vários motivos. Logo nos primeiros dias de confinamento, o alter-ego da drag Dimmy Kieer revelou a Lia estar incomodado com a postura do lutador, a que chamou de homofóbica. "Ele é homofóbico. A todo momento quer provar que é homem e não aceita brincadeiras", disse a drag, relembrando a reação não muito amigável de Dourado quando Sérgio Orgastic falava de sexo durante uma conversa na piscina.
Além de gerar uma discussão por exibir suásticas tatuadas no braço, Marcelo Dourado deixou outros brothers e muita gente aqui fora boquiabertos ao dizer que homens héteros não se contaminam pelo HIV. "Um homem transmite para outro homem, mas uma mulher não passa para o homem", disse. A declaração pegou mal e fez o apresentador Pedro Bial reiterar que o que os participantes do BBB falam são de única responsabilidade deles próprios.
Única lésbica assumida no jogo, Ana Angélica, a Morango, virou alvo de Dourado nos últimos dias por discordar de como o lutador vem enxergando o jogo. Ela foi para o paredão depois de encarar o "quarto branco", por indicação da casa. Com quatro votos, Dicésar "Dimmy Kieer" encara pela primeira vez a chance de ser eliminado.
Neste domingo, 21, após a formação do paredão, Dourado deixou mais uma vez claro seu antagonismo aos coloridos Dicésar e Angélica. "Estou torcendo para que a Morango saia porque ela fica fazendo picuinha e quis me colocar contra a Lia. E pelo modo como o Dicésar está jogando, o que é dele está guardado".
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A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABLGT divulgou nota nesta segunda, 22, repudiando as atitudes tidas como discriminatórias tomadas por Marcelo Dourado. O texto cita o comentário infeliz sobre HIV e o fato de o lutador exibir suásticas em uma de suas tatuagens.
"As atitudes e declarações de Marcelo Dourado, em um programa de televisão com grande audiência nacional, apenas servem para reforçar toda esta carga de preconceito, discriminação e estigmatização contra a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), e demonstram a impunidade com que esta forma de discriminação se aplica na sociedade brasileira, ao contrário do racismo e outras formas notórias de discriminação passíveis de punição prevista em lei", diz a nota.